Madonna vai quebrar mais um preconceito: o ageísmo.
Sim, a gente tem muita coisa na mesa hoje em dia pra falar, mas precisamos sem dúvida colocar um outro tema na mesa: ageísmo.
Essa semana Madonna, postou uma foto fazendo topless e de muleta. Foi uma comoção. E uma tristeza: muita gente dizendo que ela quer atenção, que precisa se comportar como uma pessoa da idade dela e que ela não tem mais idade pra isso.
Achei isso sem contar a deselegância, super preconceituoso. Madonna sempre usou o seu corpo a favor da sua arte. E isso sempre pra falar de liberdade, de ela ter o dominio da sua vida, do seu tempo e da sua história. E acho que ela continua fazendo isso. E precisa.
Várias mulheres inclusive fizeram esse comentário, que no meu ponto de vista e extremamente machista e redutor. Viveremos mais tempo, isso é fato. Nosso tempo, mesmo nessa nova realidade é outro. A gente segue evoluindo e descobrindo novas tecnologias, medicamentos, atividades.
E por isso, não podemos reduzir as pessoas pela sua idade. O que aconteceu com Madonna é puro preconceito e sinceramente, espero que ela continue a quebrar barreiras do alto dos seus 61 anos. Todos temos o direito de fazer o que quisermos, no tempo que acharmos melhor. É tempo de parar, recomeçar, descasar, casar, mudar de profissão.
O ageísmo não é una questão marginal. A discriminado por idade já se converteu em una das tres grandes formas de discriminação ao lado do sexismo e do racismo. Logo atrás vem o preconceito a pessoas com idade. É fácil notar. Quantos trabalhos você faz no seu dia para grupos acima de 45,50 anos? Veja que pra maior parte da comunicação e pro marketing essas pessoas praticamente tornam-se invisíveis e aparentemente, todas agem iguais.
Essa geração de pessoas mais velhas segue tendo inquietudes, como vontade de aprender e de formação, conhecimento, viagem, aprender sobre tecnología, estão nos redes socias, são solidarios, fazem esportes, dieta, cuidan do corpo e da mente, se informan, querem opinar e exigem que se conte com eles de maneira participativa. Pode ser que os tempos de COVID-19 tragam alguns rótulos, mas isso não pode ser maior do que o estado do que procuram.
E de um jeito ou de otro, nossa industria tem um pouco de culpa nesses estereótipos, porque sempre os colocamos como “velhinhos” e “vovozinhos” simpáticos e nunca como pessoas com acepções e vontades, com vida sexual e outras atividades sociais. Outro reforço importante vem do jornalismo, que sempre os retrata em matérias como “vozinhos tristes e sentados em bancos, quase abandonados”.
E voltamos a Madonna. Realmente parece que ela está predestinada a quebrar preconceitos e tabus. Foi falando de protagonismo feminino e o mando de seu corpo, seja se envolvendo em lutas políticas. Agora ela enfrenta o ageísmo. Quando ela lançou o clipe de "Medellin" com Maluma já houveram uma chuva de haters dizendo coisas absurdas. O mesmo não passou com Anitta quando lançou seu feat com o mesmo cantor, quase ao mesmo tempo.
Só espero que ela siga quebrando barreiras e fazendo do seu corpo e da sua vida, uma ferramenta para quebrar novos estereótipos. E principalmente, o que ela quiser. Espero, verdadeiramente, que ela abra caminho para a minha geração que em 25 anos, será rotulada como “idosa”. Mas assim como o machismo e o racismo, mesmo em 25 anos teremos muitas coisas para romper e fazer depois. Terminando bem clichê, envelhecer é parte do nosso processo, mas a gente não precisa morrer quando chega lá. Link to Post no Instagram @madonna
Alguns links sobre o tema:
https://www.who.int/ageing/ageism/en/
https://en.wikipedia.org/wiki/Ageism
https://www.apa.org/monitor/may03/fighting
https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0102-30982010000200009&script=sci_arttext
https://www.newyorker.com/magazine/2017/11/20/why-ageism-never-gets-old
https://www.ageuk.org.uk/information-advice/work-learning/discrimination-rights/ageism/
https://academic.oup.com/gerontologist/article/41/5/576/596571
Um discussão mais que necessária, Otto. E Madonna, como sempre, me representa. Bjs e sucesso com o blog.
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